Qual o seu estilo emocional?

Entenda o papel da autoconsciência, da resiliência e da intuição social no seu estilo de liderar pessoas.
Quem nunca teve vontade de descontar uma ofensa feita por um colega por email ou durante uma reunião, mas não fez nada disso?
Não importa quão racionais ou lógicos pensamos que somos, nós somos emocionais também. As emoções estão implícitas nas nossas reações a tudo, mas nós podemos estar desatentos sobre o papel que elas têm — pelo menos no momento.
Habitualmente, no entanto, nós nos beneficiamos bastante de saber sobre nosso estado emocional e como isso mexe com a gente.
Meu amigo e colega de longa data Richard J. Davidson, um neurocientista da Universidade de Wisconsin, tem feito pesquisas intensas sobre emoções. No quadro de “Estilos Emocionais” dele existem seis elementos.
Conexões específicas no nosso cérebro controlam cada aspecto único das emoções, e nós nos diferimos no grau em que elas operam no nosso cérebro.
Autoconsciência, Resiliência e Intuição Social compreendem a primeira metade desses estilos. Há muito a se dizer sobre cada estilo, então dividi este texto em duas partes.
Vamos começar com os três primeiros:
Autoconsciência
A ínsula tem conexões pelo cérebro que permitem ao nódulo monitorar o resto do corpo. Mensagens do corpo inteiro são registradas e começam aqui.
A pesquisa de Davidson revela que pessoas muito autoconscientes apresentam grande atividade na ínsula, por isso ficam mais suscetíveis às reações físicas que acompanham as respostas emocionais.
Eles sabem o que estão sentindo e podem articular melhor seu estado emocional: “Estou estressado”, “Aquilo me faz me sentir melhor” e por aí vai.
Menores atividades da ínsula estão correlacionadas com menos autoconsciência — um estado em que as pessoas, por exemplo, negam os sentimentos mesmo quando as evidências físicas mostram o contrário, como batimentos cardíacos elevados e o suor numa situação tensa.
Emoções são sinais que nos informam sobre o que está acontecendo naquele momento. Quanto mais de acordo com suas emoções os líderes são, mais eles podem agir propriamente aos novos desafios que emergem. Eles podem articular suas emoções ao seu time, o que cria um senso geral de claridade emocional.
Tal aspecto da autoconsciência ajuda líderes a estarem no lugar certo em um ambiente dinâmico. Qualquer incerteza sobre o que o chefe sente alimenta uma sensação de ansiedade que derruba a efetividade de qualquer time.
Resiliência
Você já notou como algumas pessoas não se dão por vencidas mesmo enfrentando fracasso atrás de fracasso, enquanto outros as observam até com um ar de crítica?
O principal circuito, neste caso, é entre o córtex pré frontal e a amígdala.
Pessoas que na pesquisa de Davidson são chamadas de “lentos para recuperar-se” — quem sente dificuldade em voltar à ativa depois de uma adversidade — têm menos atividade neural entre o córtex pré frontal e a amígdala do que aquelas que são “rápidos na recuperação”.
O tempo de recuperação do cérebro após um estresse é o que define essa dimensão: recuperação rápida significa mais resiliência.
Aqueles que se recuperam mais rápido mostram mais atividade no circuito do córtex pré-frontal o que inibe a amígdala de uma resposta “lutar ou fugir”. O grupo de recuperação rápida, comparada com o da recuperação lenta, foi descoberto na pesquisa que tem 63 vezes mais atividade no relevante circuito pré frontal.
A resiliência é uma parte essencial de um líder. Estresse, surpresas e desafios aparecem para líderes diariamente, quando não são várias vezes num mesmo dia.
Além disso, a missão de um líder seria impossível se toda dificuldade ou fracasso fosse tomado como uma derrota. Um gerente resiliente trabalha entre desafios enquanto ele aprende as lições que eles têm a oferecer. Alguns líderes estimulam essa força nos seus times, motivando-os a superar obstáculos e manter a roda girando.
Intuição social
Todos já estivemos em situações em que alguém aparenta estar dessincronizado com o humor do grupo: agitado enquanto os outros estão quietos ou introspectivo enquanto todos os outros estão fazendo piadas. A dimensão relevante é a intuição social, que varia num espectro de segmentada à consciência geral.
A base do circuito cerebral aqui depende de uma rede neural que corre entre a amígdala e uma área chamada de giro fusiforme. Baixa atividade no giro fusiforme, junto com altos níveis de atividade na amígdala, indicam segmentação.
O oposto — alta atividade no giro fusiforme com baixos níveis na amígdala — forma um cérebro social intuitivo: alguém que pode “ler o ambiente” e adaptar-se aos sinais sociais.
Sem uma boa intuição social, líderes são desatentos e dessincronizados. Um sintoma pode desagregar times que têm dificuldade em ser produtivos; outro: um time que evita o líder.
Executivos de sucesso e com intuição social interagem com seus colegas e subordinados com sintonia, respondendo à dinâmica necessária e aos humores do grupo.
Líderes que carecem de intuição social podem se tornar duros e ineficientes, porque eles não estão envolvendo-se com os membros dos seus times. Muito frequentemente eles só mandam e desmandam no grupo em vez de realmente liderar, o que encurta a motivação e diminui a produtividade.
Muitas poucas pessoas, senão nenhuma, são o equilíbrio perfeito dos elementos dos estilos emocionais.
Davidson oferece maneiras de conhecer seu próprio estilo emocional no livro O Estilo Emocional do Cérebro. Tal avaliação pode lhe dar um esboço do seu próprio perfil entre os pontos fortes e limitações em cada um desses estilos. De fato, a avaliação do seu próprio estilo emocional é um exercício de autoconsciência.
Na segunda parte deste artigo, vou discutir os Estilos Emocionais restantes: Sensibilidade Contextual, Perspectiva e Atenção.
Este artigo foi publicado originalmente no blog do autor e cedido ao Administradores.com.
Fonte: Administradores.com

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