Número de MEIs cresce 45% em Minas, diz Sebrae

O número de microempreendedores individuais (MEI) cresceu 45% no Estado. De 2020 a 2023 os registros saltaram de 1,2 milhão para 1,6 milhão em Minas. São empresários que optaram pela modalidade mais rápida e com menos burocracia na hora de abrir uma empresa. Este tipo de negócio já representa 63,8% do total das empresas formais do Estado.

Os dados foram divulgados ontem pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas),  que realizou uma pesquisa para identificar o perfil dos microempreendedores e comemorar os 15 anos de implantação do MEI no Brasil.

A analista de relacionamento com o cliente do Sebrae Minas, Lauriana Viana, aponta que o MEI é hoje é uma base da economia.

“Ao abrir nessa modalidade, uma forma com menos burocracia e menos custo, o empreendedor consegue testar o negócio por um ou dois anos e cresce devagar de uma forma saudável e sustentável que é como a gente orienta que tem que ser. Assim, quando ele for dar o próximo passo, ou seja, virar um microempresário, ele vai estar mais estruturado. É como se fosse o primeiro degrau de uma escala”, diz.

O setor de serviços é o que mais possui microempreendedores no Estado. Ao todo, 730 mil dos 1,6 milhão de microempreendedores mineiros estão nessa área, ou seja, 44%. A atividade de beleza (cabeleireiro, manicure e pedicure) é responsável pelo maior número de MEIs com 7,5% de participação.

A pesquisa mostra ainda que 64%dos microempreendedores são do sexo masculino e 40% possui curso superior. A maioria se declara pardo, 43%, e 64% possuem entre 31 a 50 anos. O estudo mostra que 77% têm a ocupação MEI como principal fonte de renda e que 68% deles pretendem manter o negócio pelos próximos dois anos.

Ritmo intenso

O estudo também mostra que o trabalho dos empreendedores é intenso. Por trabalharem sozinhos ou no máximo com a contribuição de um colaborador, a realidade do microempreendedor é de muita dedicação. De acordo com o estudo, 57% dos entrevistados trabalham mais de 8 horas por dia e a maioria (34%) seis dias por semana. Eles também informam (69% dos entrevistados) que não costumam tirar férias.

A confeiteira Cláudia Regina possui uma confeitaria em casa especializada em bem-casados, e é uma microempreendedora desde 2019. Assim como ela, 40% dos entrevistados disseram ter o negócio dentro da própria casa. “Eu não pago aluguel adicional e acompanho a vida dos meus filhos”, diz.

Assim como os entrevistados, ela também não tira férias, trabalha mais do que oito horas por dia e no mínimo seis dias por semana. “Tenho um ritmo intenso, mas prefiro assim. Me sinto mais livre”, diz. A confeiteira que atualmente conta com a ajuda de um colaborador explica que quer contratar mais uma pessoa, mas a modalidade MEI só permite um colaborador. “Minha expectativa é que o projeto de lei que está tramitando permita aumentar o número para que eu possa ficar mais tranquila e me dedicar mais à gestão do negócio”, conta.

Para melhorar a produtividade e orientar melhor o empreendedor, o Sebrae possui constantes cursos de capacitação e treinamentos. Marcelo de Souza e Silva, presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, explica que atua em todos os municípios do Estado e, de forma transversal, em todas as áreas, seja indústria, agro ou serviço. “Queremos que cada vez mais empreendedores saiam da informalidade e entendam mais desse tema. Quanto mais educação empreendedora nós conseguirmos levar para as pessoas, menos apoio empresarial as pessoas precisarão. E melhor elas conduziram seus negócios”, diz.

Semana do MEI

Entre segunda-feira (22) e sexta-feira (26), o Sebrae promove a Semana do MEI. O evento é realizado nacionalmente e oferece capacitações gratuitas para os microempreendedores individuais. São mais de 400 atividades presenciais e on-line entre palestras, oficinas e orientações nas agências de atendimento. Na programação virtual, haverá transmissões diárias, das 10h às 21, no site do evento: www.sebrae.com.br/semanadomei.


Fonte: Diário do Comércio

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