Minas tem superávit de 140.319 empregos; setores de comércio e serviços são responsáveis por quase 80 mil vagas

A geração de empregos em Minas vem mantendo um ritmo estável desde fevereiro. No primeiro semestre, foram criados 140.319 postos de trabalho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência. Este é o saldo entre 1.262.941 admissões e 1.123.622 demissões nos primeiros seis meses do ano.

Prejudicado pelas restrições da pandemia, o setor de serviços é o grande beneficiado pela reabertura da economia. Tradicionalmente o que mais emprega, foi também o que mais criou oportunidades de trabalho, com a geração de 77.358 vagas. A indústria teve um saldo de 25.984; a construção civil, 14.316; o comércio, 1.204; e a agropecuária, 21.457.

“Os setores de comércio e serviços, mesmo em um cenário econômico ainda adverso, são sempre a porta de entrada para a geração de empregos, por terem uma grande diversidade de atividades, onde os empresários podem usar toda a sua criatividade e, assim, criar oportunidades de trabalho. Nesse sentido, à medida em que eles puxam os números, podemos esperar uma melhora da economia de modo geral”, pontua o presidente da FCDL-MG, Frank Sinatra. 

Junho

Em junho, foram criados 31.092 postos de trabalho, 1.166 a mais do que maio. Ao todo, o mercado de trabalho mineiro teve no mês 211.383 admissões e 180.291 demissões. O setor de serviços mais uma vez puxou o desempenho, com 10.485 novas vagas, seguido pela agropecuária, que gerou 7.125 empregos no Estado.

A geração de empregos na área rural dá uma ideia da importância da cafeicultura para a economia do Estado. Ao todo, 5.569 dos novos postos de trabalho na agropecuária estão ligados à colheita do café, que, bienalmente, tem um volume maior.

Os saldos do mês e do semestre são menores que os do ano passado nos mesmos períodos. Em junho de 2021, foram criados 35.399 novos empregos e, no primeiro semestre, 178.753, contra 31.092 e 140.319 este ano.

“No ano passado, nós tivemos o início da reabertura e a base de comparação, o início da pandemia, era muito fraca, com um espaço muito maior para a recuperação do mercado de trabalho”, diz o analista de Estudos Econômicos da Fiemg Walter Horta. Ele avalia ainda um outro número, o de demissões, que, tanto em junho quanto no primeiro semestre de 2022, é maior.

“Ano passado, as pessoas voltaram ao mercado de trabalho para recompor renda e aceitavam qualquer vaga. Como está mais fácil encontrar emprego, elas se tornam mais seletivas e buscam empregos que atendam a seus anseios. Muita gente se demitiu até por reação à volta ao trabalho presencial”, comentou.

Horta acredita que o contexto macroeconômico e em especial a taxa de juros têm um impacto negativo no mercado de trabalho, que está sendo compensado pelas medidas do governo de estímulo à economia, como os auxílios e adiantamentos. “A gente tem que observar este cenário com certa cautela, afinal eles são temporários. A grande pergunta fica para 2023: uma vez retirados esses estímulos, como a economia e, consequentemente, o mercado de trabalho irão se comportar?”, pergunta.

Com informações do Diário do Comércio

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