Economista da FCDL-MG avalia suspensão do Whatsapp Pay pelo Banco Central e Cade

O Banco Central e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) suspenderam nesta terça-feira (23) a função de pagamentos e transferências por meio do WhatsApp no Brasil.
Ao suspender os pagamentos via WhatsApp, o BC determina que as bandeiras de pagamento Visa e Mastercard, que viabilizavam as operações financeiras, paralisem a função para que o órgão possa avaliar riscos e garantir funcionamento adequado do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). Já o Cade vê potenciais riscos para a concorrência.
“A motivação do BC para a decisão é preservar um adequado ambiente competitivo, que assegure o funcionamento de um sistema de pagamentos interoperável, rápido, seguro, transparente, aberto e barato”, diz o BC em nota.
“O eventual início ou continuidade das operações sem a prévia análise do regulador poderia gerar danos irreparáveis ao SPB notadamente no que se refere à competição, eficiência e privacidade de dados”, segue o texto.
O uso de contas comerciais por meio do WhatsApp Busines tem a Cielo como parceira e permite que o comerciante solicite e receba pagamentos ilimitados, tanto de crédito quanto de débito.
Ao suspender a operação com uma medida cautelar, o Cade vê riscos para a concorrência e aponta que a Cielo pode se beneficiar da grande base de usuários do WhatsApp, reforçando ainda mais a sua posição no mercado.
“Tal base seria de difícil criação ou replicação por concorrentes da Cielo, sobretudo se o acordo em apuração envolver exclusividade entre elas. De qualquer modo, fica evidente que a base de usuários do WhatsApp propicia um potencial muito grande de transações que a Cielo poderia explorar isoladamente, a depender da forma como a operação foi desenhado”, aponta o Cade.
O Analista de Inteligência de Mercado e economista da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL-MG), Vinícius Carlos, avalia a revogação como necessária.
“A revogação do Whatsapp Pay é para garantir a livre concorrência entre as operadoras a. Não pode acontecer esse acordo de exclusividade com a Cielo, porque ela ganharia muito com isso e dominaria o mercado. Sendo assim, as outras redes não conseguiriam acompanhar. Tem que ser um mercado aberto, com possibilidade para as todas as operadoras”, destacou o analista da FCDL-MG.
Outro ponto importante, que mesmo antes da revogação já tinha gerado certa insegurança nos usuários da rede social é a segurança dos dados. Com centenas de golpes circulando no aplicativo, o economista ressaltou ainda a importância de uma segurança maior para garantir a privacidade dos usuários.
“Uma coisa que me preocupa é a facilidade do Whatsapp ainda ser clonado, de ter muita fraude. Imagina uma pessoa cai em um desses golpes no aplicativo e ainda tem lá os seus dados de cartão. Tem que ficar muito clara ainda como seriam as operações”, avaliou Vinícius.
Para finalizar, Vinícius Carlos acredita que o passo em direção ao pagamento via Whatsapp é natural e essa revogação é apenas para que seja feito de maneira a incluir todas as operadoras.
“Será uma evolução natural do Whatsapp integrar esse tipo de ferramenta, porque o que vemos é o surgimento de vários facilitadores de transações. E para o mercado é muito bom ter essa evolução dos meios de pagamento porque facilita muito. Só tem que ser melhor trabalhada tanto para a equidade na concorrência entre as operadoras e também na garantia de segurança” finalizou.
Fonte: FCDL MG

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